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Transtorno de Pânico

  • taiscamargopsicana
  • 3 de mar. de 2022
  • 5 min de leitura

Como identificar uma Crise de Pânico e quando passa a ser considerado um Transtorno


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A crise de Pânico caracteriza-se por um súbito ataque de ansiedade e medo intensos, que pode durar minutos ou horas, causando distonias emocionais como taquicardia, desconforto ou dor no peito, tremores, sensação de falta de ar, asfixia ou sufocamento, Sudorese, ondas de calor ou calafrios, tontura, desmaio, medos excessivos, pensamentos negativos e muitos outros desconfortos que podem levar a uma sensação de morte. Quando esta crise torna-se recorrente, o medo de novas crises traz ao indivíduo comportamentos evitativos ou adaptados, na tentativa de não sentir novamente aquele enorme desconforto. Neste estágio o indivíduo inicia um ciclo repetitivo que torna-se difícil de evitar. São eles:

  1. Crises de Pânico Recorrentes (Sensação de Morte)

  2. Pensamentos de medo sobre a Crise ( Vive em vigília com Medo de outra Crise)

  3. Mudança de Hábitos e Comportamentos (Na tentativa de Evitar novas Crises)

Todo este conjunto de acontecimentos caracterizam-se o Transtorno de Pânico.

Quando alguém sofre com o Transtorno de Pânico, o seu corpo fica hipervigilante com as sensações do próprio corpo, ele passa a perceber toda e qualquer alteração sentida como por exemplo, um simples aumento do batimento cardíaco, que pode ter acontecido por algum esforço físico que a pessoa tenha feito, já faz com que ela acredite que vai iniciar uma crise, deixando a em um estado de alerta e potencializando uma atenção ao medo e ao pânico, que torna-se negativo pois quando coloca-se mais foco no problema ele se expande. E isso faz com que o ciclo torne-se um ciclo vicioso.


Como iniciar um protocolo de ações para tirar o foco das Crises:


É importante inibir estes três processos involuntários que passam a acontecer após as primeiras Crises, que são o Hiperfoco no Corpo, a Interpretação Catastrófica e as Ações que não visam a sua segurança e isso pode ser feito através de um treino cerebral que permite a mudança deste circuito neural de alerta do cérebro:

  1. Passar a Educar a mente com informações dos sintomas para que ela entenda como eles funcionam e passe a não confundir mais sintomas corriqueiros com os sintomas de novas crises;

  2. Buscar Relaxar sempre após as crises, que só aí que a pessoa já conseguiu entender que aquele alarme é falso, pois se ela se sentir na obrigação de ter que se acalmar e continuar com a crença que o pânico pode matá-la não vai funcionar, é muito importante entender que os sintomas da crise não é um ataque cardíaco por exemplo, então buscar um médico para eliminar qualquer diagnóstico físico torna mais fácil entender os sintomas;

  3. Reprogramar os pensamentos e treinar a atenção sobre as sensações da crise e com este entendimento ir mudando as suas crenças sobre o pânico e também sobre seus limites dentro deste quadro, pois quem está passando por este transtorno tende a ter pensamentos de fragilidade pessoal e de que não vai mais conseguir superar tudo isso;

  4. Mudança de comportamento, para iniciar um enfrentamento gradual às sensações físicas e as situações cotidianas que passaram a causar medo em executá-las e principalmente o medo de novas crises, no entanto esta etapa deve ser feita somente quando a pessoa já estiver mais fortalecida, ter entendido os seus sintomas e estar mais forte com relação às crises. Aos poucos ela passará a ir reestabelecendo sua vida;

Estas ações são pontuais e ajudam na inibição do foco das crises e consequentemente na melhora do transtorno sofrido, no entanto devido a fragilidade emocional que acomete estas pessoas, torna-se bastante difícil colocá-las em pratica sem ajuda de um profissional, por isso a terapia tem um papel importante neste processo de enfrentamento às crises.

Como funciona na pratica terapêutica:

Na terapia Psicanalítica trata-se da Causa dos Sintomas sofridos pelo paciente, através de uma investigação profunda do passado e das lembranças ocultas do seu inconsciente, possibilitando diagnosticar a etiologia dos seus transtornos mentais e emocionais, no entanto, neste caso os traumas precisam ser tratados em um segundo momento e é priorizado inicialmente os sintomas para que aconteça um alívio das crises, não permitindo assim que elas se agravem, pois com o tratamento das causas o paciente pode vir a sentir mais dores emocionais e com isso despertar maiores crises.

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Com a terapia o paciente ira conseguir ensinar para o cérebro que aquele circuito está errado e que o pânico é um alarme falso e que é necessário refazer os caminhos neurais para que ele volte a funcionar de forma real. É aplicando estas ações e acompanhando os resultados que gradativamente os sintomas vão diminuindo. No entanto quando este processo estiver num momento que o paciente sinta-se mais forte e estruturado, inicia-se um novo processo que é a terapia psicanalítica em sua originalidade, e começam a tratativa das causas que podem ter levado o paciente a chegar neste estagio do transtorno. Se as causas não forem identificadas para que haja um entendimento das mesmas e uma ressignificação, é muito provável os sintomas retornem com o tempo. Por isso independente de outros tratamentos mais pontuais a importância da terapia para encontrar a origem dos traumas é fundamental para conseguir liberar traumas, emoções e experiências reprimidas, diminuindo as dores e consequentemente os transtornos que eles nos causaram até então.


“As emoções não expressas nunca morrem. Elas são enterradas vivas e saem de piores formas mais tarde” - Sigmund Freud

Medicamentos podem ajudar neste momento?


Caso as ações acima não estejam funcionando para o paciente devido à uma dificuldade particular dele em não conseguir colocar em prática as ações necessárias para que o processo tenha sucesso, pode ser necessário buscar um médico psiquiatra para em paralelo, iniciar o tratamento com medicamentos que possam ajuda-lo a aumentar a produção da Serotonina para assim amenizar os sintomas físicos e ajudar o paciente a diminuir o medo e consequentemente as crises, no entanto estes medicamento apenas aliviam e não mudam a questão de ensinar o ponto de vista comportamental que é construir novos caminhos neurais. Outros medicamentos ainda mais fortes, que são aqueles que causam alívio imediato, podem por este motivo interferir nas construções de novas conexões devido ao paciente não sentir mais naquele momento as sensações causadas pelas crises, porém estes perdem seu efeito muito rapidamente tendo a necessidade de aumentar cada vez mais as doses para se manter sem sintomas, pois eles apenas aliviam temporariamente e não permitem que o cérebro aprenda que os alarmes são falsos e busque novas conexões para reverter o quadro. Quando falamos em medicamentos o médico sempre deve ser consultado antes de iniciar ou parar com uma medicação.


Buscar ajuda de profissionais qualificados é sempre a melhor alternativa a se fazer com maiores possibilidades de reverter quadros graves e ainda reestabelecer a Vida de forma positiva.


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Por Taís Camargo Psicanalista
Conteúdo meramente informativo, todo e qualquer diagnóstico deve ser feito por um médico especialista. Não faça um autodiagnostico, em caso de identificação de um ou mais sintomas, procure ajuda.



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TAÍS CAMARGO - PSICANALISTA

©2021 por Psicanalista Taís Camargo.

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